quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mentiras do Cotidiano

   A mentira é aprendida na infância, por volta dos sete anos de idade e faz parte do processo de crescimento, sendo o objetivo da mentira a negação, negar as próprias angustias e fraquezas funcionando como mecanismo de defesa inconsciente que perturba o EU que está fragilizado e vulnerável e que, portanto mente, faz de conta.
   As expressões faciais são universais e vem de nossos instintos primários, embora existam algumas diferenças na forma em que cada pessoa age quando mente. A mentira pode transparecer acompanhada de transpiração, gagueira, rubor facial, dilatação da pupila, taquicardia, arquear de sobrancelha, quantidade de vezes que a pessoa pisca, gestual como tentativa de manipulação, pois quando mentimos estamos tentando convencer nosso cérebro, o qual conhece a verdade. O mentiroso entra em estado de alerta, utiliza-se de palavras pouco comuns no seu cotidiano, como tentativa de amenizar a mentira uma vez que o cérebro sempre fala a verdade. Quando mentimos estamos manipulando o cérebro, onde acontece uma descarga de adrenalina que faz com que sinais de mentira fiquem evidentes.
   Cada pessoa que mente age de maneira particular, possui repertório único, por isso, a mentira é sempre identificada pela combinação de diversos fatores, da leitura corporal, gestual, tom de voz aliada ao discurso apresentado. “Mentimos com a boca, mas os gestos denunciam a verdade!” (Friedrich Nietzsche).
   Se a mentira for exacerbada, carregada de hostilidade, com a finalidade de ferir, destruir e se utilizada de maneira cotidiana como forma de defesa ante as próprias angustias, sugere-se então buscar as causas em tratamento psicoterapeutico e se for o caso psiquiátrico para alcançar equilíbrio, resgate da autoestima e saúde mental.
   Como já nos disse Willian Shakespeare: “As pequenas mentiras fazem o grande mentiroso”.

MIRIAN ELIETE ERHARDT MORESKI
Psicóloga CRP12/09440
E-Mail: mirianmoreski@uol.com.br
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